sábado, 18 de julho de 2015

Gary Poulter (1959–2013)




  • Gary Poulter: um sem abrigo na vida real que brilhou no filme Joe e morreu antes de ver o filme

Quando a equipa técnica e elenco de Joe chegaram ao Festival de Toronto, alguém faltava. Falamos de Gary Poulter, o homem que dá vida a Wade (a.k.a. G-Daawg), o desprezível pai alcoólico e violento da personagem interpretada pelo jovem Tye Sheridan. A razão da ausência é simples: Poulter tinha falecido dois meses depois de ter terminado as filmagens de Joe e nunca viu o seu trabalho final no cinema.


Para conseguir uma maior autenticidade na sua desconstrução de personagens martirizadas e frustadas na América pobre e profunda, o realizador David Gordon Green optou por misturar atores com créditos firmados – como Nicolas Cage e Tye Sheridan – e alguns amadores. Gary Poulter foi um deles, um sem abrigo que John Williams e Karmen Leech, agentes de casting, descobriram nas ruas de Austin. Segundo Poulter, em afirmações durante as filmagens, ele não precisou de grandes trabalhos de caracterização: «No meu primeiro dia de filmagens fui tratar do cabelo e maquilhagem. Eu perguntei à caracterizadora, a Bridgette, se era preciso alguma coisa para mudar a aparência. Ela disse que não, que eu estava bem como era».
Contam os agentes que o primeiro contacto com sem abrigo  foi logo marcante. Eles estavam numa rua a falar com uma família que vivia nas ruas quando alguém gritou «não falem com eles». Esse grito veio de um homem com cerca de 50 anos, com uma ferida na testa, uns intensos olhos azuis e a nítida aparência que tinha estado a beber. Era o Wade que eles precisavam. «Ele tinha aquela personalidade e carisma que não encontras num ator que não tenha vivido isso», afirmou Gordon Green à EW.
Num artigo do Austin Chronicle, o jornalista Joe O'Connell escreveu um relato fascinante e detalhado da vida de Poulter. Este era um vagabundo que passou demasiado tempo a entrar e sair da reabilitação, com muitas detenções pelo meio, mas a sua história de vida não se resume a isso. Era fluente em japonês, passeou com uma feira ambulante e até teve pretensões em ser ator.  Nos anos 80 foi figurante na série de TV Thirtysomething, mas o álcool, a decadência física e a doença limitaram-lhe as opções de uma vida longe das dependências. A sua morte por afogamento acidental, conforme diz o relatório da polícia, representaram um duro golpe para quem esperava que finalmente este homem encontrasse a sua redenção.
Um exemplo disso mesmo são as palavras de Maria MacGuire, irmã do falecido, que apesar do afastamento crónico e algumas palavras duras sobre o parente nunca o abandonou. Maria diz que conheceu «dois irmãos ao longo da vida: um cruel com quem cresceu e um carismático e charmoso a quem aprendeu a perdoar». Na adolescência eram muitas as vezes que Poulter trancava as irmãs na rua: «ele era um monstro», assegura. Porém, e à medida que cresceram e se tornaram adultos, MacGuire começou a ver o irmão – que chegou a ser diagnosticado como bipolar – com outros olhos: «conheci-o de uma maneira muito diferente. A sua doença era muito mais forte que ele».
Poulter é Wade
A primeira cena de Joe coloca Tye Sheridan num "monólogo" com o seu pai, Wade, um homem que agiu mal e que «vai pagar por isso». Entre silêncios, uma violenta agressão termina a cena, dando ao espectador logo a entender o que nos espera.
Wade é um reflexo do interior da América pobre, um produto quer das circunstâncias – há poucas ou nenhumas saídas profissionais nestes  locais – quer de más opções de vida e diversas dependências. A violência da sua personagem é algo instituído que sai com uma naturalidade e inevitabilidade assustadoras.
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FONTE: C7NEMA


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